Quem já teve herpes-zoster sentiu na pele, literalmente, a dor provocada por essa infecção causada pelo vírus varicela-zoster — o mesmo da catapora. Por afetar os nervos, o herpes-zoster (também conhecido por “cobreiro”) chega a impossibilitar movimentos simples, como se vestir e deitar na cama, devido à dor intensa. Mas é uma doença que tem tratamento e vacina preventiva.
Os primeiros sinais do herpes-zoster são dor, ardência e coceira nas regiões dos nervos afetados, que geralmente estão no tórax, no abdômen e no rosto, embora possa atingir as demais partes do corpo. Ele acomete um lado só do corpo (esquerdo ou direto) e se apresenta também com feridas na pele.
Infectologista no Hospital Sírio-Libanês, o dr. Otelo Rigato Junior ressalta a importância de procurar ajuda médica com urgência quando surgirem esses sinais. “O tratamento precoce contra o herpes-zoster faz toda a diferença, pois com a demora aumentam as chances de gravidade da doença”, acrescenta.
Segundo ele, ao atingir nervos oftalmológicos, por exemplo, o herpes-zoster pode causar sérios danos oculares e até a perda de visão. Se atingir os nervos faciais, pode provocar paralisia facial e, se atingir os nervos auditivos, labirintite e surdez.
Em alguns casos, o herpes-zoster mantém o nervo afetado lesionado e causa dores (neuralgia pós-herpética) por semanas ou até anos, tornando-se um tipo de dor crônica.
Quem pode ter herpes-zoster?
O herpes-zoster é um tipo de reativação do vírus da catapora. Portanto, todas as pessoas que já tiveram o vírus da catapora, mesmo que essa doença não se tenha manifestado, pode vir a ter herpes-zoster. No geral, os mais vulneráveis a desenvolver herpes-zoster são as crianças e os idosos.
Na população jovem e adulta, o herpes-zoster se manifesta principalmente em pessoas com o sistema imunológico fraco, geralmente em decorrência dos seguintes problemas de saúde: Estresse Diabetes Artrite reumatoide Lúpus Câncer Aids
Embora seja curável, o herpes-zoster pode voltar a se manifestar futuramente na mesma pessoa, principalmente nos idosos. Isso ocorre porque se trata de um vírus da família herpes, que conta ainda com o vírus HSV-1, causador do herpes labial; HSV-2, responsável pelo herpes genital; Epstein-Barr, causador da mononucleose; entre outros. Todos esses vírus agem de formas diferentes, mas mantêm-se no organismo para sempre.
Quem deve tomar a vacina contra herpes-zoster?
A vacina contra o herpes-zoster, disponível no Brasil desde 2014, é recomendada para todas pessoas com mais de 60 anos de idade, incluindo aquelas que já tiveram a doença, mas seu uso é aprovado já a partir dos 50 anos de idade. A partir dessa faixa etária, a única contraindicação é para pessoas com o sistema imunológico debilitado. Como a vacina utiliza o vírus vivo atenuado do herpes-zoster (um tipo de vírus mais fraco), nessas pessoas a aplicação poderia acabar levando ao aparecimento da doença.
A eficácia da vacina é de aproximadamente 70%, e a imunização é feita por meio de dose única injetável abaixo da pele (via subcutânea). Alguns pacientes podem apresentar efeitos adversos, como vermelhidão e dor no local da aplicação, febre baixa e dores no corpo, como se fosse uma gripe.
Por enquanto, a vacina contra herpes-zoster ainda não faz parte do calendário nacional de imunizações gratuitas, oferecidas pela rede pública de saúde, mas pode ser encontrada em clínicas privadas, como o Centro de Imunizações do Hospital Sírio-Libanês.
O Hospital Sírio-Libanês conta também em seu corpo clínico com infectologistas especializados no diagnóstico e no tratamento do herpes-zoster, que geralmente é feito com medicamentos antivirais e analgésicos.
Diante de qualquer sintoma relacionado ao herpes-zoster, procure um serviço de pronto atendimento com urgência.