A Câmara Municipal de São Luís Gonzaga encerrou a sessão legislativa de 2019 aprovando o Orçamento a ser aplicado em 2020. A previsão orçamentária para aquele exercício fiscal está projetada em R$ 82 milhões, incluindo receita e despesa. Ao aprovarem a proposta, os vereadores desejaram que os recursos arrecadados tenham aplicação compatível com as necessidades básicas da população, principalmente no setor da saúde pública.
A presidente da Câmara, Maysa Morais (PSDB), de oposição, disse esperar melhor atuação do prefeito Francisco Martins Júnior (Doutor Júnior – PDT) neste último ano de mandato. Reclamou de carências que o município tem em todos os setores, considerando-as fruto da inércia administrativa do gestor. E lamentou os cortes em orçamentos importantes, como educação e saúde, e gastos supérfluos em áreas de nenhuma importância social.
Balanço/reclamos – Os 11 vereadores presentes à sessão falaram de sua atuação ao longo do período e reafirmaram a disposição de, em 2020, prosseguirem na busca de ferramentas que promovam conforto e segurança à população gonzaguense, principalmente a carente. A presidente Maysa Morais e a vereadora Jeane Medeiros destinaram verba para compra de equipamento radiológico para o Hospital Municipal e instalaram casa de farinha na comunidade de Santarém.
Os vereadores Manoelzinho da Bodega, Greison do Birino, Toinha Canuto e Silvan Conrado manifestaram durante a sessão para confirmar que o parlamento encerrou o período com a satisfação do dever cumprido. Manoelzinho e Greison aliaram-se aos reclamos pela falta de atenção do Executivo para com a comunidade. E cobraram maior entrosamento entre os Poderes Legislativo e Executivo, atribuindo ao governo o distanciamento reinante. Pediram investimentos em saúde e infraestrutura nas comunidades mais pobres.
Toinha Canuto renovou apelo pela reforma completa da quadra poliesportiva de Nova Vida para estimular a prática esportiva e de exercícios físicos entre a população, principalmente a jovem. Anunciou a destinação de emendas (2) para financiar a reforma e reaparelhamento do posto de saúde de Olho d’Água dos Grilos, O vereador Silvan Conrado reclamou de comportamento inadequado do colega Greison em recente pronunciamento, ao referir-se ao parlamento de forma desabonadora. Greison desculpou-se.
Caos na Saúde Pública em S. Luis Gonzaga
A morte de pacientes que recorrem aos serviços públicos de saúde em São Luís Gonzaga preocupa a população. O reclamo foi tema de pronunciamentos na sessão de encerramento da Câmara Municipal. Vários vereadores cobraram investimentos no setor ao aprovarem a Lei de Orçamento Anual (LOA) para o exercício fiscal de 2020. Manoelzinho da Bodega indagou a razão do prefeito Doutor Junior, que é médico, dar este tratamento à política de saúde pública.
Um dos fatos mais recentes do descaso resultou na morte de uma paciente grávida, de 30 anos, recolhida ao hospital municipal entre 7h e 15h, sem qualquer assistência. Ao ser transferida para o vizinho Bacabal, numa distância de 35 quilômetros e duração de viagem de 42 minutos, chegou morta ao destino, mas com o bebê ainda vivo. Que foi salvo!
Na Câmara, na última sessão do ano, vereadores denunciaram o descalabro, principalmente porque o prefeito é médico e uma de suas promessas de campanha era prover o município de serviços médicos de excelência. Transcorridos três anos, a promessa não se materializou. E o cenário só piorou a cada ano, denunciam os moradores, após procurarem as unidades de saúde (ausentes na maioria das comunidades) para atendimento.
Negligência – Francisca Gomes de Lima, grávida do terceiro filho (uma menina), internou-se para cirurgia eletiva de parto (cesariana) cedo pela manhã. Lá permaneceu, sem qualquer assistência, até às 15h, quando foi acertada sua transferência para o Hospital Materno Infantil de Bacabal. Embora com sinais indicadores do parto, permaneceu ignorada até o momento da transferência.
No destino, já morta, a paciente foi submetida a procedimento cirúrgico, que resultou na salvação da criança. A explicação da equipe médica em Bacabal não foi conclusiva, mas, indícios de neglicência médica puderam ser identificados. Mesmo sem informações precisas e desconhecimento do prontuário, os atendentes constataram que a demora no atendimento pode ter contribuído para o desenlace da parturiente.
Conceituação – Erro médico, também classificado como negligência, é uma falha no atendimento médico que resulta em danos para o(a) paciente, qualquer que seja a especialidade em que ocorra. Pode ter como responsável médico, enfermeiro, dentista e administrador hospitalar. Pode acontecer em serviço público ou privado.
São exemplos de erro médico: diagnóstico incorreto, tratamento ou medicação inadequado, infecção hospitalar, atendimento negligenciado, demora ou incorreção em cirurgia (particularmente em partos), adoção de procedimento contra a vontade do paciente. Para identificar a ocorrência e dar prosseguimento à investigação pertinente, é exigível cópia completa e legível do prontuário médico na unidade onde houve o atendimento. (com apoio do Blog André Araújo)